terça-feira, 26 de maio de 2015

Tudo o que escrevo


  Tudo o que eu escrevo é sobre você, não me conformo com isso. Eu escrevia sobre as coisas da vida que me deixavam aflita e agora só sei escrever sobre esses sentimentos loucos que sinto aqui dentro. Não foi fácil pra mim admitir tudo isso, levou um tempo considerável, longos meses de aceitação e sofrimento. Lembro que eu falava mal de qualquer pessoa que tivesse indícios de paixão, eu tinha repudio a essa palavra, só de pensar meu estomago revirava. Mas agora tenho a impressão de tudo ter mudado, do meu eu ter mudado e isso é o que me deixa mais intrigada e até irritada, confesso.
  Todos os caras que eu havia beijado foram por pura diversão, pura sensação do momento e nada além disso. Nunca beijei a boca que mais desejo, já estive bem perto algumas vezes, mas eu estava tão nervosa e preocupada em pensar no o que dizer, como agir e em ser eu que nem lembrei o quanto desejei e desejo isso. Tudo isso já está durando tempo demais, muitos meses é muita coisa, tantos meses do nosso desnamoro e nossa, como dói meu coração só de pensar nisso. Quando digo que dói é uma dor física mesmo,  não apenas algo emocional, mas um aperto no peito. O meu sentimento por você é tão intenso que eu não sei explicar, penso em todas as palavras que conheço, penso em comparações, metáforas, números, eufemismo, hipérboles, fórmulas, qualquer maneira que eu possa expressar e descrever a intensidade desse sentimento que está dentro do meu coração, porém por mais que eu me esforce, não consigo. Vivo em extremos, inconstante como sempre, nos altos e baixos mais freqüentes. E então é isso o que o amor faz? Porque se for eu continuo pensando que é uma merda esse tipo de amor, sinto te decepcionar, mas é realmente o que eu penso.

    Se eu disser que eu gostaria de viver a minha vida inteira ao teu lado, que eu teria os cinco filhos que quero com você, que seria sua amiga, companheira, esposa, que viajaria o mundo todo ao seu lado, que te olharia com todo o amor e carinho que sinto por você por todos os dias, que controlaria meu péssimo humor de manha, que seria sincera como sempre fui com tudo e principalmente com você, que seria compreensiva, que aprenderia com você, que te ouviria, te ensinaria, seria menos chata e irritante, não agiria tanto por impulso e até deixaria meu pessimismo, que as vezes vem a tona, tudo isso seria um exagero dizer? Porque se for eu transbordo o exagero.

Giovanna CSilva



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